Na próxima quinta-feira (13/11/14), há exatamente três (03) anos , três (03) meses e dezenove (19) dias do bárbaro homicídio do empresário Leandro Ferreira Barros, o “Léo Gordo” como era tratado carinhosamente, finalmente o processo vai à Júri Popular.
A família vem sofrendo ao longo do tempo, a dor da saudade, vivendo de lembranças, buscando em Deus, muita resignação para lidar com a dura realidade, na certeza de que a justiça vai prevalecer.
Para entender o caso é necessário voltar no tempo e refrescar a memória daqueles que não se lembram como foi que tudo aconteceu.
O caso:
Era final da manhã de 25 de julho de 2011, uma segunda-feira, e a Polícia Civil é informada de que nas proximidades do Parque de Exposições Juvino Oliveira, na estrada de acesso à Fazenda de Dona Naná, há um corpo, sem vida, dentro de um carro. Para surpresa da própria polícia, o corpo era do empresário Leandro Ferreira Barros, de 29 anos (à época).
Filho do casal Wilson Barros (já falecido) e Sônia Ferreira Barros, “Léo Gordo”, como era carinhosamente conhecido, foi brutalmente assassinado a tiros dentro do carro da sua genitora.
Seis dias após o crime, Lucas José Lacerda de Santana, acompanhado de advogados, se apresentou à Polícia Civil. Disse que matou o empresário para não morrer, porque estava sendo ameaçado de morte por ele. Essa versão não foi sustentada pelas investigações.
Chamou a atenção dos policiais a frieza e a riqueza de detalhes com que Lucas descreveu todo o desenrolar do crime, principalmente durante a reconstituição:
“Consegui segurar a arma de Léo e, quando lutava com ele, a arma disparou na direção de sua cabeça. Léo caiu sobre o banco e eu saí do carro, passando em frente do veículo, me dirigindo até o lado do motorista, onde ele estava caído. Nesse momento, fiz um disparo na direção das suas costas”, contou o homicida.
O delegado titular, Roberto Júnior, representou pela prisão de Lucas, sendo ele detido em Porto Seguro, no Sul do Estado, no dia 18 de agosto. O assassino ficou preso por exatos 06 meses e 27 dias, sendo posto em liberdade por força de alvará de soltura.
SENSAÇÃO DE IMPUNIDADE
Lucas (acusado do assassinato).
A decisão de liberar o assassino de “Léo Gordo” partiu do Tribunal de Justiça do Estado, após recurso impetrado pelo seu advogado. Com isso, está repondendo ao crime em liberdade. A justiça criminal de Itapetinga havia negado pedidos de habeas corpus.
Mesmo cientes do bom trabalho da Polícia Civil e da justiça de Itapetinga, os familiares do empresário sempre cobrou uma maior aceleração no processo, porque a liberdade de Lucas tem gerado em todos a sensação de impunidade.
Essa preocupação é demonstrada em e-mail recebido pela edição do Itapetinga na Mídia: “Choca ver o assassino do nosso ente querido solto, circulando no meio da sociedade como se nada tivesse acontecido”, diz a nota assinada pelo tio, Márcio Ferreira.
“Ainda choramos a falta de Léo e, apesar de tudo, acreditamos que a justiça será feita”, acrescenta o tio.
O assassino até o presente momento, respondeu ao processo em liberdade, para angústia da família.
Relembre as matérias reproduzidas pelo Itapetinga na Mídia:
Morte de "Léo Gordo": clique aqui.
Velório e sepultamento: clique aqui.
Apresentação do assasino e reconstituição do crime: clique aqui.
MANIFESTAÇÃO DA FAMÍLIA BARROS…
"A INJUSTIÇA QUE SE FAZ A UM É UMA AMEAÇA QUE SE FAZ A TODOS"
Esperamos que tenha chegado o momento de sentirmos certo alívio em ver condenado aquele que transformou nossas vidas em um pesadelo. Desejamos que a verdadeira justiça seja feita e que possamos sentir que a impunidade não vencerá essa nossa batalha.
O assassino do nosso Léo não matou apenas um jovem feliz, com um futuro brilhante a ser vivido, mas deixou também toda uma família desolada, por um ato insano de alguém que não sabe o que é o amor.
Acabou prematuramente e de forma brutal a vida promissora de um jovem empreendedor, repleto de sonhos, de projetos, de felicidade. Felicidade que contagiava a todos com quem convivia. A vida pra Léo era uma festa.
A sua capacidade de transformar dificuldades em obstáculos vencidos fez dele uma figura marcante em nossa sociedade. Garra e determinação foram fortes características que ele demonstrou claramente em sua breve passagem entre nós.
A sede de justiça por parte da família e dos amigos não é só um reflexo desse crime bárbaro, mas consiste também numa preocupação com o futuro de nossa sociedade.
A impunidade pode tornar-se um incentivo, uma motivação para que crueldades como essa continuem acontecendo e promovendo o sofrimento de muito mais pessoas, fazendo com que outras famílias passem por momentos como esse.
Injustiça agora pode fazer transparecer ainda mais a fragilidade de uma sociedade em que a vida humana tornou-se algo tão irrelevante. Nada justifica o crime. A vida pertence ao Criador e não importam argumentos que venham a ser ditos pelo assassino em um momento em que a vítima não pode se defender.
Desejamos ardentemente e com confiança que essa etapa seja vencida pelo bom senso e pela conscientização de que o assassino precisa pagar pelo que fez.
Que as sequelas emocionais sofridas pela família como conseqüência da perda prematura da vida do nosso Léo sejam amenizadas por um julgamento exemplar, de forma que a justiça não seja desmoralizada e que a nossa sociedade perceba a importância de se buscar a valorização da vida humana.