Companheiros de trabalho se emocionaram no velório.
A mulher dele, Arlita Andrade, fez um apelo pela paz.
Parentes, amigos e colegas de trabalho prestaram homenagens ao cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade. Na Praia de Copacabana, a ONG Rio de Paz colocou uma cruz preta de quinze metros na areia e uma câmera apontada para baixo.
O velório no cemitério do Caju começou às 7h e logo a capela estava lotada. Colegas de profissão se emocionaram. Amigos lembraram o quanto ele era dedicado como profissional e cuidadoso com a imagem que registrava e com os próprios colegas. “Pedi para fazer essa matéria à minha chefia porque a minha forma de homenagear talvez seja fazer a matéria mais bonita”, diz o jornalista Carlos Briggs Júnior.
Alguns colegas vestiam uma camiseta com um cinegrafista nas nuvens. Outros colocaram a blusa do Flamengo, o time de Santiago. “Nós estamos ainda sob o impacto dessa emoção enorme. É preciso rever tudo, discutir tudo, rediscutir tudo. Do jeito que está não é possível. Isso não é possível”, desabafa o diretor de jornalismo da TV Bandeirantes Fernando Mitre.
O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, celebrou uma missa. “A vida humana é muito importante, ela não pode ser dizimada dessa forma. Cada pessoa é importante para si mesmo, temos o direito de nos manifestar, mas nunca tirar a vida do outro”, disse o arcebispo.
A mulher de Santiago, Arlita Andrade, lembrou o marido carinhoso, que sempre quis ser repórter cinematográfico. “Eu ficava atrás dele, ajudava em tudo porque eu não queria que ele tirasse aquele sonho dele, que ele desistisse, porque é muito importante a gente fazer o que ama.”
Em um pedido de paz da família, pombas brancas foram soltas na entrada da capela. “É isso q eu quero passar pra todo o Brasil. Pedindo a todo mundo olha, por favor, sejam mais amigos, sejam mais tranquilos. Tenham amor um pelo outro porque é através desse amor que a gente vai ter um Brasil bem diferente.”