Em termos de ideias e de propostas, os personagens que até aqui tem se apresentado como possíveis candidatos – alguns debutando na política partidária – ainda não conseguiram empolgar o distinto público votante (eleitores). Por isso, corremos sérios riscos de manter o velho e carcomido discurso do maniqueísmo político, dualismo que ao invés de apresentar propostas consistentes que aponte o rumo a seguir, de permitir que a cidade recupere valores que há muito tem faltado à gestão pública, priorizam um discurso personalista, que em nada contribui para que o eleitor decida em quem votar.
É muito simplório restringir o debate, em apontar os erros da atual gestão, é fundamental que cada crítica dirigida ao governante, seja acompanhada de uma consistente proposta, para se resolver o problema. Por aí, não dá para destacar quem verdadeiramente está preparado para enfrentar os grandes desafios que os esperam.
Como é do conhecimento de todos, diante dos avanços tecnológicos e no aprimoramento de nossas instituições, a administração pública está ficando cada vez mais complexa, exigindo, por conseguinte, um gestor de visão holística dos problemas que envolvem a gestão, enfrentando os desafios do dia-a-dia sem se macular com as facilidades que o poder oferece e sem abrir mão de valores que devem nos acompanhar onde quer que estejamos, notadamente, quando estamos gerindo o bem público.
Abominemos, pois, a discurseira sem proposta, sejamos honestos conosco mesmo, para reconhecer as conquistas dos governantes que se passaram, e sejamos implacáveis com os seus erros, antes que eles destruam os sonhos das presentes e futuras gerações de itapetinguenses. Não se entusiasme com o discurso dualista de o bem contra o mal, porque ele é falso e sem consistência.
E viva a democracia!
O debate está aberto. Vamos trocar impressões a respeito do processo sucessório municipal.
Juraci Nunes – advogado, radialista e ex-vereador.