Dizer adeus a quem se admira, por si só, emociona o mais bruto dos humanos. Assistir a esposa, filhos ou amigos de longas datas carregando caixão, certamente, não faz com que lágrimas e aplausos sejam distribuídos em vão. E elas, as lágrimas, foram comuns e fartas. Era a tristeza transbordando pelos olhos ao assistir a passagem do Cortejo Fúnebre do médico amigo do Povo, Dr. Arnaldo Teixeira, ao som de Milton Nascimento (Amigo é Coisa pra se Guardar) pelas principais ruas da cidade de Itapetinga no final da tarde desta quarta-feira, 13 de maio.
E eles, os aplausos, substituíram o silêncio para o qual as palavras insistiram em ceder espaço. Inclusive entre os profissionais de imprensa que cobriam, no exercício da profissão, a despedida do médico amigo da imprensa. Na viatura do Corpo de Bombeiros da Brigada de Incêndio e Emergência da Vulcabrás/Azaleia, a urna funerária (o caixão) com o corpo do médico Arnaldo Texeira, carregava faixas com homenagens da secretaria de Saúde de Iguaí, com palavras de solidariedade à família enlutada.
À frente do cortejo, as viaturas da COMUTRAN, GUARDA MUNICIPAL, SAMU 192 E GRUPO DE RESGATE ANJOS DO ASFALTO seguiam como batedores, acompanhados do carro de bombeiros com o caixão do médico Arnaldo Teixeira, milhares de pessoas a pé e centenas de veículos, entre motocicletas e carros de passeio e utilitários.
O Cortejo Fúnebre de Dr. Arnaldo Teixeira entrou para a história de Itapetinga como aquele que conseguiu mobilizar todo o território Médio Sudoeste, a Bahia e parte do país, sem distinção de classe social, cor, credo religioso, idade… Um profundo tomou conta das pessoas, as palavras deram lugar ao silêncio, os aplausos conseguiram expressar o que sentia o coração nos quatro cantos da cidade.
Uma multidão aguardava nas sacadas, nas calçadas, nas praças públicas, a passagem do cortejo que percorreu mais de quatro quilômetros de extensão, do plenário da Câmara de Vereadores, Avenida Cinquentenário, Primavera, Clodoaldo Costa, Nova Itapetinga e Camacã, com a primeira parada em frente ao Hospital Cristo Redentor (HCR / Fundação José Silveira), momento de muita comoção, as pessoas choravam como se estivesse se despedindo de um membro mais próximo da família.
A segunda parada ocorreu em frente a UPA na Nova Itapetinga (Praça Juvino Oliveira), onde novamente foi aplaudido pela multidão que acompanhava o cortejo. Médicos e profissionais de saúde levavam faixas e cartazes, com a descrição de mensagem de solidariedade, reconhecimento e agradecimento.
A terceira parada foi em frente ao sítio do médico Arnaldo Teixeira, onde uma multidão já aguardava por esse momento marcante. Ao som de Milton Nascimento, com a música Amigo é Coisa pra se Guardar, as pessoas prestaram-lhe uma linda homenagem, com um minuto de silêncio, aplausos e lágrimas.
Quando o cortejo descia a Rua Nid Dutra Amorim (Bairro Clodoaldo Costa) para entrar na Rua José Moreno (Rua do CSU), a outra parte do cortejo já estava chegando à Praça Juvino Oliveira na Nova Itapetinga, uma verdadeira multidão, numa demonstração de amor ao próximo e reconhecimento do serviço prestado pelo médico e sua dedicação e amor ao município de Itapetinga.
Do sítio do médico, o cortejo seguiu lentamente em direção ao Cemitério Central (Jardim da Saudade) no Bairro Camacã, onde já havia uma grande aglomeração a espera do cortejo. Foi o momento de maior comoção, quando o caixão foi inserido no jazigo da família, sob os aplausos e lágrimas, de crianças a idosos. Isso já se aproximava das oito horas da noite.
A família foi amparada pelos amigos mais próximos, mas também recebeu a solidariedade de todos aqueles que vão guardar na lembrança e no coração a história linda do médico amigo do povo, Dr. Arnaldo Alves Teixeira.