A Comissão de Direitos Humanos do Senado volta a debater a liberação do uso da maconha para fins recreativos e medicinais. O foco desta quarta audiência pública será a relação da maconha com a violência.
O tema, que é polêmico, foi assunto de levantamento do Ibope que mostrou que 79% dos entrevistados são contrários à liberação, enquanto que 17% são favoráveis. Foram ouvidas 2.506 pessoas. Em outro levantamento em novembro de 2013, feito pelo Datafolha, 83% se diziam contrários, contra 13% favoráveis.
O Senado debate o assunto provocado pela iniciativa popular número oito, que é relatada pelo senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, e que pode se transformar em um projeto de lei. Cristovam tem sido categórico ao afirmar que não defende nenhuma das posições, mas que o Senado tem a obrigação de debater o tema.
(Cristovam Buarque) Eu não sei gente, qual a melhor maneira de enfrentar essa tragédia da droga. Claro que eu sei que é através da Educação. Mas como? Aonde?E não estou convencido que a liberação, regulamentação vai resolver. Mas não to convencido ao olhar os dados, que a proibição tá conseguindo, nem de que a polícia tá conseguindo. Eu sei que a polícia tá morrendo.
As audiências públicas têm mostrado vários casos de uso medicinal da maconha, como para epilepsia, doenças de Drivet e coadjuvante para tratamento de cânceres e AIDS. Mesmo assim, há muitas opiniões contrárias mesmo ao uso medicinal. O senador Cristovam explica que é fundamental continuar levantando informações.
(Cristovam Buarque) Eu to satisfeito que essa discussão esteja sendo feita. Não só por causa dessas crianças aqui, dessas mães e os pais, mas também por causa do tráfico e por que têm pessoas sendo criminalizadas por algo que tá na hora da gente discutir se deve ou não ser. A droga é uma tragédia no Brasil de hoje e a pior coisa são os traficantes. Depois dos traficantes, é quem quer esconder o problema. Tem que mudar.
Os convidados para a audiência são o juiz de direito Gerivaldo Alves Neiva, e o defensor público da Bahia, Daniel Nicory. Também deve estar presente um representante do Ministério da Justiça.
Fonte: www.senado.gov.br/radio
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