Composta por engenheiro, assistente social, biólogo e representante da empresa desenvolvedora do projeto da Barragem, a equipe de técnicos enviada pela Embasa apresentou as etapas do empreendimento que ficará localizado no município de Barra do Choça.
O engenheiro Gilberto Simões, representante da empresa Geotechnique, detalhou como foi feita a concepção do projeto básico e esclareceu que a finalidade da obra é garantir a sustentabilidade hídrica do abastecimento do Sistema Integrado de Vitória da Conquista/Belo Campo.
Ele informou que o investimento para a construção será de R$ 180.476.073,35, envolvendo ações de sustentação que compreendem projeto de trabalho social, serviços ambientais, arqueológicos, regularização fundiária e gerenciamento.
O biólogo Tiago Chinelli pontuou os planos e programas ambientais que envolvem desmatamento e limpeza da bacia hidráulica, resgate de fauna e flora, recuperação de áreas degradadas, projeto de reabilitação da mata ciliar do Rio Catolé, monitoramento e resgate arqueológicos, programa de monitoramento da qualidade da água e dos sedimentos, programa de monitoramento e manejo de organismos aquáticos. Segundo ele, o investimento nessas ações de sustentação será de R$6.193.758,55.
Tiago apresentou ainda carta de autorização do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), mostrando que, conforme Decreto Estadual Nº 14.389, a obra está isenta de licenciamento ambiental por se tratar de município em situação de emergência em razão dos efeitos da seca.
O projeto de trabalho social foi apresentado pela assistente social Fernanda Velame. “A participação da comunidade durante todos os momentos de implantação do projeto é fundamental para que ele possa ter êxito”, declarou.
Após a apresentação da Embasa, as diferentes lideranças políticas fizeram seus questionamentos aos técnicos a respeito dos impactos da obra para os municípios que estão localizados após a Barragem.
A população e entidades representativas também tiveram a oportunidade de se manifestar e fazer perguntas direcionadas aos membros da mesa de debates.
Em sua maioria, os participantes não ficaram convencidos com as explicações da Empresa e se posicionaram contra o projeto por acreditar que ele privilegiou Vitória da Conquista e não considerou os prováveis prejuízos para Itapetinga e região.
A professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Nelma Gusmão, por exemplo, disse que fica cada vez mais assustada quando participa de uma nova audiência sobre a Barragem do Catolé.
Ela criticou, entre outras coisas, a isenção de licenciamento ambiental para o empreendimento e considerou “raso” o estudo apresentado pela Embasa. “O plano de recuperação ambiental se restringe à área da barragem”, afirmou.
A acadêmica avaliou que a obra não contribuirá para a regularização da vazão do Catolé nos municípios ajuzantes.
Com informações de Ascom/Câmara